O Brasil não é mais um mero corredor de exportação de drogas para a Europa e os Estados unidos. Tem se firmado como um grande centro de lavagem de dinheiro proveniente do narcotráfico. E, devido ao aumento da repressão às áreas produtoras dos países vizinhos, já possui áreas de produção (o epadu na Amazônia, por exemplo) e laboratórios que refinam cocaína. Além disso, pela falta de dinheiro, pessoal e equipamentos para policiar a extensa fronteira, os portos e aeroportos, o Brasil vem assumindo o papel de fornecedor de éter, acetona e outros produtos químicos para fabricação de cocaína nos laboratórios clandestinos dos países fronteiriços. Partindo-se dessas premissas, objetiva-se construir mapas sobre os roteiros das drogas no Brasil e analisar sua relevância para o entendimento das redes intra e inter-nacional do tráfico de drogas, descrevendo por meios cartográficos e geográficos sua incidência espacial, tanto urbana quanto rural. Com a produção destes mapas, pretende-se ter uma visão geral das rotas do tráfico de drogas, se for possível: em dois momentos: o período 1989/1990 e 1994. Há também a intenção, de acordo com a disponibilidade de dados, de classificar os diversos núcleos que fazem parte da rede do narcotráfico em termos da produção, do consumo, da exportação e do trânsito das drogas, bem como de seu beneficiamento e refinamento. O levantamento de informação para a confecção dos mapas tem sido realizado em livros, artigos, periódicos e relatórios.

Steiman, R. 1995. Implicações Intra e Inter-nacionais das Redes de Drogas no Brasil. Anais da XVII Jornada Interna de Iniciação Científica da UFRJ. Rio de Janeiro: UFRJ / CNPq. p. 119.