O tráfico de drogas e o tráfico de armas no Brasil são atividades ilegais com grande repercussão na opinião pública e nos debates políticos recentes como expressão da crise de segurança pública. Na última década, duas Comissões Parlamentares de Inquérito do Congresso Nacional trataram especificamente desses temas. Além da produção de informações obtidas com depoimentos e investigações disponíveis em relatórios, a atividade das CPIs acrescenta um tratamento político sobre as redes ilegais de modo a informar posteriormente medidas legislativas para o controle e a repressão. A geografia das redes ilegais será traçada através dos resultados obtidos com as Comissões Parlamentares de Inquérito. No caso da CPI do Narcotráfico (2000), os resultados são apresentados por cada unidade da federação, com destaque para alguns estados fronteiriços – Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná. No caso da CPI do Tráfico de Armas, as subrelatorias dividiram-se em Fronteira Norte, Fronteira com o Paraguai, Fronteira com Argentina e Fronteira Brasil-Peru-Bolívia. Essa delimitação geográfica tem importância na medida em que interfere na delimitação territorial das investigações e da apresentação dos resultados, bem como das soluções políticas buscadas a partir das CPIs. A pesquisa se divide em três etapas: 1) mapeamento das redes ilegais a partir das informações dos Relatórios das CPIs; 2) Levantamento das noticias de jornais durante o processo da CPI; 3) comparação entre as formas de abordagem das CPIs e da organização das redes de tráfico de drogas e de armas; 4) análise das conclusões e dos efeitos políticos resultantes da atividade das CPIs.
MONTANARI, F. B. 2009. Tráfico de drogas e tráfico de armas: a geografia das redes ilegais através das Comissões Parlamentares de Inquérito (2000 e 2006). Anais da Jornada de Iniciação Científica, Artística e Cultural – UFRJ, 2009, Rio de Janeiro. Anais