O objetivo do presente artigo é analisar a perspectiva de construção de conexão ferroviária bioceânica entre os portos de Paranaguá e Antofagasta. Parto do pressuposto de que não dispomos de teoria espacial capaz de aferir com precisão os impactos econômicos e sociais de investimentos em transportes. Sugiro que esta lacuna teórica pode ser suprida por análises empíricas, que nos forneçam elementos para reflexão com base em situações espaciais específicas. Assim, na primeira seção apresento uma síntese do estudo contratado pelo BNDES para avaliar a viabilidade e os principais entraves ao estabelecimento de um corredor ferroviário entre os oceanos Atlântico e Pacífico. Na segunda seção discuto, com base em reflexões inspiradas na geografia dos transportes, as relações entre investimentos em transportes e desenvolvimento. Na terceira seção analiso, com foco nos transportes, a transição das desconfianças geopolíticas para a noção de integração regional sul-americana. Breves considerações finais encerram o artigo.
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OLIVEIRA, Márcio Gimene de. A Ferrovia Bioceânica Paranaguá-Antofagasta e a controvérsia entre o modelo primário-exportador e o modelo desenvolvimentista. Revista OIKOS (Rio de Janeiro), Vol. 10, n. 2, 2011. Disponível em: http://www.revistaoikos.org/seer/index.php/oikos/article/view/276/161