Os conflitos socioambientais tem destaque na fronteira Brasil-Peru abarcando além dos recursos naturais, as coletividades em torno desses bens e suas formas de inter-relacionamento com o território. A presença do limite internacional, das políticas públicas para o ambiente, e a justaposição de ações socioambientais tornam a fronteira um território ainda mais dinâmico. Foram levantadas informações sobre as pressões e ameaças nesta fronteira através de reportagens da mídia internacional e nacional. Constatou-se que boa parte dos conflitos nesta fronteira decorre de processos de reestruturação do território (criação de áreas protegidas, territórios indígenas) e da ação de frentes de expansão derivadas do amplo regime de concessões concorrentes sobre o território peruano. Em relação às pressões levantadas, as concessões para a exploração de petróleo e gás no Peru foram eleitas para um mapeamento mais específico nas notícias jornalísticas. Isto em decorrência tanto da magnitude em número dos lotes de hidrocarbonetos (cobrindo quase 80% da Amazônia Peruana) como pela intensidade e dimensão que podem vir a afetar a região na ocorrência de um desastre ambiental que comprometerá ambos os lados da fronteira. Os indígenas estão submetidos a variadas pressões incitadas por essa frente de desenvolvimento. Entre as questões problematizadas estão o desmatamento, a contaminação das águas, além dos abalos sísmicos para estudos de viabilidade técnica e futura implantação. De antemão pode-se revelar que os territórios utilizados pelos indígenas isolados para sua sobrevivência e perambulação são os que apresentam situação mais preocupante quanto à extração petrolífera.
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Oliveira, Camilla da Rocha. Amazônia loteada pelo petróleo e gás: conflitos socioambientais na fronteira Brasil-Peru. Anais do I Congresso Brasileiro de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território, 2014