Os anos 90 foram marcados por uma mudança na estrutura produtiva do tráfico de drogas na América do Sul, tornando a Colômbia o principal país produtor de coca e de cocaína. Assim, as características do combate ao tráfico de drogas e suas implicações nas relações interestatais entre os países da região andina, os Estados Unidos e os demais países estiveram marcadas nos últimos dez anos pelos conflitos colombianos em suas variadas dimensões.

Dentre as diversas ações empreendidas nesse período em relação ao combate internacional ao tráfico de drogas na região andina, o Plano Colômbia é, sem dúvida, a de maior impacto. O volume financeiro aportado e o grau de envolvimento dos Estados Unidos o atestam. Seus efeitos transcendem os motivos que orientaram sua justificativa – o tráfico de drogas – e ultrapassam as fronteiras físicas e subjetivas que originalmente confinavam sua problemática ao conflito interno colombiano. Tais efeitos já eram esperados e questionados desde o início do Plano Colômbia. As críticas se referiam, por um lado, à possível “vietnamização” da Amazônia a partir do conflito colombiano, e por outro lado, à ineficácia da estratégia adotada de combate às drogas.

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Monteiro, L. C. R. 2006. Plano Colômbia e efeitos geopolíticos na Amazônia sul-americana. In: Anais do XIV Encontro Nacional de Geógrafos. Rio Branco (AC): AGB