A questão das drogas ilícitas vem adquirindo visibilidade mundial nas últimas décadas. Neste contexto, a produção de imagens é uma ferramenta com alto potencial para divulgar representações específicas sobre a temática. Entre os vários tipos de imagens que servem a este propósito, aquelas veiculadas na imprensa escrita sob a forma de mapas esquemáticos são particularmente interessantes, na medida em que omitem certos elementos geográficos e destacam outros, sem que o público leitor tenha acesso aos critérios utilizados na seleção. Estimulada tanto pela grande visibilidade que a temática das drogas ilícitas adquire, como pelo desenvolvimento técnico que acentua a freqüência dos mapas nos jornais, esta produção cartográfica peculiar cresceu muito na imprensa nacional nos últimos 30 anos. O objeto de estudo desta Dissertação é a cartografia esquemática produzida e/ou reproduzida por jornais brasileiros sobre a geografia das drogas ilícitas no período que vai de 1975 até 2002. A análise iconográfica e iconológica desta produção cartográfica permitiu estabelecer relações entre as práticas cartográficas selecionadas e os modelos explicativos disponíveis sobre a temática. Estudando as relações entre produção de imagens, manipulação dos símbolos cartográficos e o sentido de narrativas específicas, este trabalho discute como os mapas jornalísticos vem sendo utilizados para comunicar diferentes informações sobre as drogas ilícitas na imprensa.
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Novaes, A.R. 2005. 170 f. A Iconografia das Drogas Ilícitas na Imprensa: 1975-2002. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Programa de Pós Graduação em Geografia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.