A pesquisa busca relacionar as mudanças das políticas de controle territorial do Estado brasileiro na fronteira internacional amazônica no período atual às concepções de ameaças transnacionais presentes na zona de fronteira entre Brasil e Colômbia. Tal enfoque privilegia a relação entre ameaça e controle, levando em conta as seguintes questões: 1) quais ameaças aparecem enunciadas na formulação dos documentos oficiais do Estado brasileiro, nas concepções elaboradas pelos agentes estatais, particularmente pelas Forças Armadas; 2) quais as políticas de controle territorial desenvolvidas nas últimas duas décadas tiveram como foco de atuação ou área de impacto a fronteira internacional da Amazônia e, particularmente, a zona de fronteira Brasil-Colômbia; 3) qual a relação entre as ameaças concebidas e o controle territorial exercido pelo Estado brasileiro. Para a análise da concepção das ameaças, utilizamos as Políticas de Defesa Nacional (1996 e 2005) e os artigos publicados em periódicos militares brasileiros, entre 1998 e 2007. As políticas estatais foram diferenciadas em três subconjuntos: infra-estrutura e presença militar; reforço normativo e programas de ação territorial. Através das mediações entre a concepção das ameaças referentes à zona de fronteira Brasil-Colômbia e as correlações espaciais e temporais das políticas analisadas, concluímos que o reposicionamento estratégico das Forças Armadas brasileiras na fronteira internacional amazônica esteve fortemente vinculado à concepção do tráfico de drogas e do conflito colombiano como ameaças ao Estado brasileiro.

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Monteiro, L. C. R. 2009. Políticas territoriais do estado brasileiro na Amazônia e seus efeitos na fronteira Brasil-Colômbia: controle estatal e ameaças transnacionais. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Programa de Pós Graduação em Geografia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.