Diante dos impasses de uma revelação do ser e do significado do SIG, proponho apenas resumir alguns pontos importantes de toda essa longa jornada. Algumas trilhas foram definitivamente abertas, algumas até, em parte, clareadas, sem, no entanto, estarem perfeitamente adequadas à teorização.

Primeiro, espero que tenha ficado bem claro que existe uma confusão, talvez proposital, entre o pacote sig e o sistema SIG. Em termos filosóficos, existe uma diferença ontológica entre o ente e o ser, ou, nos termos poéticos de Fernando Pessoa, entre o estar do sig e o ser do SIG, do mesmo modo que “eu estou” e “eu sou” diferem. Quase todo mundo fala do pacote sig, descreve sua funcionalidade, sua estrutura e/ou suas aplicações, alguns poucos falam sobre seu impacto ético e estético sobre a produção geográfica, mas ninguém, que seja de meu conhecimento, percebe o sig como aparência e o SIG como essência. Ou seja, ninguém se aprofunda no questionamento sobre o ser do SIG, que, em grande parte, se encontra em gérmen no fenômeno sig.

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Castro, M. C. de. 1999. SIG – Sistema de Informação Geográfico ou sig – sintetizador de ilusões geográficas. Desconstruindo uma formação discursiva. Tese (Doutorado em Geografia). Programa de Pós-graduação em Geografia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.