Informações sobre o espaço geográfico são difundidas para o grande público através de veículos distintos. Há bastante tempo sabe-se que não são apenas as aulas de geografia e nossas experiências diretas que influenciam a construção de imagens mentais sobre o espaço. Através de jornais, revistas, televisores e computadores o público recebe uma grande quantidade de informação que influencia no processo de qualificação e significação dos lugares. O presente trabalho busca estabelecer uma discussão sobre o papel das imagens midiáticas na difusão de informações sobre o espaço a partir de um objeto relativamente pouco explorado: a cartografia jornalística. O objetivo aqui é estudar os mapas veiculados na imprensa brasileira construídos para representar os espaços de fronteira sul-americanos, considerando tanto aspectos técnicos relativos à construção destas imagens [1], como aqueles ligados aos significados das práticas cartográficas selecionadas[2]. Como documentos figurativos de alta circulação, os mapas jornalísticos podem difundir e revelar concepções distintas sobre as fronteiras, influenciando na construção de imagens mentais sobre estes locais que marcam o contato e o conflito entre Estados Nacionais. Para grande parte da população brasileira, pertencente a um país que se desenvolveu intensamente orientado para o Atlântico, os espaços próximos aos limites internacionais dos países vizinhos são majoritariamente conhecidos através de veículos midiáticos.

[Link]

Novaes, A.R. 2008. As Fronteiras na Imprensa: Um Estudo sobre a Representação dos Espaços de Fronteira na Cartografia Jornalística. In: XV ENG – Encontro Nacional de Geógrafos – AGB São Paulo, USP.