A crise vivida pelo modelo de desenvolvimento capitalista nas economias centrais, a partir da década de 1960, impôs novas formas de produção, organização do trabalho e regulações que propiciaram o surgimento de estruturas territoriais formadas por micros, pequenas e médias empresas, voltadas para um desenvolvimento localizado e macro-estruturas regionais articuladas ao mercado externo, como o MERCOSUL. O presente trabalho tem como objetivo compreender o papel desses pequenos empreendimentos, uma vez que se afirmam como recortes produtivos, propiciadores de mudanças e inovações. Sua importância decorre das características históricas e sociais locais, inserindo-se, portanto, diferentemente, no processo de desenvolvimento de alguns países europeus. Em nosso país, as recentes mudanças também delegam importância às micros, pequenas e médias empresas, entretanto, sua histórica marginalização e o crescimento das atividades informais e clandestinas, como expediente de sobrevivência, não parecem indicar possibilidades de constituírem estruturas territoriais sinérgicas, propiciadoras de desenvolvimento de novos perfis tecnológicos no mercado regional/mundial.

Mattos, Regina Célia de. 1996.  A pequena empresa e os desafios da reestruturação geoeconômica do mundo atual. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Programa de Pós Graduação em Geografia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.